A continuação do avanço das marcas premium alemãs para os segmentos mais baixos, território tradicional dos construtores generalistas, é uma das tendências mais marcantes da evolução do mercado nacional no ano passado.
Na Audi, o Top Seller é o compacto A3, rival do Volkswagen Golf ou do Renault Mégane, que soma mais de 3500 unidades em 2015, valendo 37,4% das vendas anuais da marca. O subcompacto A1 vendeu 1615 unidades, batendo por escassa margem o rival Mini (Grupo BMW), e afirmando-se como o segundo modelo mais vendida da Audi,
Somados, A1, A3 e o SUV Q3, que compõe a gama de modelos compactos e subcompactos da Audi, respondem por 61% das vendas da marca em Portugal.
Na Mercedes-Benz, o panorama é idêntico, o Classe A (foto) é o modelo mais vendido (31,5% das vendas) e o CLA e o SUV GLA, que também integram a gama de modelos compactos da marca, são 3º e 4º no ranking das vendas, respetivamente. Somados com os registos do monovolume compacto Classe B, fazem mais de 61% das vendas da marca em Portugal
Na BMW, Série 1, Série 2 e o SUV X1 respondem por 47% das vendas, que não está presente no segmento dos subcompactos (onde conta com a marca associada Mini).
Quanto à marca premium sueca Volvo, consegue cerca de 60& das suas vendas com o compacto V40, se incluirmos a versão Cross Country.
A invasão dos seus territórios pelas marcas premium está a deixar as marcas generalistas sem espaço de manobra, resultado também das suas gamas estreitas, por comparação com as das marcas premium que estão a desmultiplicar a sua oferta por cada vez mais subsegmentos do mercado.
A maior parte das marcas generalistas fizeram mais de metade das suas vendas com apenas dois ou três modelos, em linha com o peso que os segmentos dos modelos subcompacto e compactos têm no conjunto do mercado nacional. É o caso da Volkswagen (com o Golf e Polo), Fiat (Punto e 500), Ford (Focus e Fiesta), Hyundai (i20 e i30), Kia (Rio e Cee’d), Opel (Corsa e Astra), Seat (Ibiza e Léon) e Skoda (Fabia e Octavia)
Algumas marcas ficaram mesmo dependentes de apenas um modelo. A Alfa-Romeo faz com o compacto Giulietta, 79,9% das suas vendas, numa lista que também integra a Honda (Civic, 67,4%), Jeep (Renegade 98,8%), Lancia (Ypsilon, 81,0%), Mini (Mini Hatchback, 74,4%), ou Suzuki (Vitara, 64,9%).
E há ainda um grupo de marcas que, apesar de não serem monoproduto, fizeram com um único modelo mais de metade das suas vendas: Jaguar (XE, 50,6%), Range Rover (Evoque, 58,4%), Seat (Ibiza, 59,1), Hyundai (i20, 51,3%).
As três grandes marcas francesas, por seu lado, encontraram nos mini SUV um terceiro pilar das suas vendas.
Na Renault, o Captur ultrapassa o Mégane e afirma-se como o segundo modelo mais vendido, atrás apenas do Clio. Os três modelos fazem 92,3% das vendas da marca no ano passado.
Na Peugeot, o 2008 fica em terceiro lugar da tabela de vendas, atrás do best seller 208 e do compacto 308, num trio que responde por 80% das vendas nacionais da marca.
Na Citroen, o sucesso do C4 Cactur (2º modelo mais vendido da marca) compõe também um triunvirato que, integrando também o C3 e o C4, vale 75% das vendas.
Uma receita que também deu dividendos nos casos da Nisan (Qashqai e Juke), Mitsubishi (ASX e Outlander), Dacia (Sandero Stepway e Duster) e Mazda (CX3 e CX5), onde os SUV pequenos e compactos ganharam peso nas vendas e subiram ao pódio dos modelos mais vendidos.
Veja AQUI o que venderam modelo-a-modelos todas marcas em Portugal em 2015